Flamengo campeão, pandemia e recordes

Flamengo campeão, militares na Petrobrás, Bolsonaro aliviado, só notícias boas, mas pessimistas valorizam coisas pequenas como falta de vacinas e recorde de mortes por Covid19.

Flamengo campeão, pandemia e recordes

Fevereiro de boas notícias para Jair Bolsonaro e o Flamengo / Foto: Carolina Antunes/PR

Paulo Augusto Neto

O Brasil é um território em constante ebulição. “Somos um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”, onde as pessoas podem se queixar de muita coisa. Menos de monotonia e falta de boas notícias. 

Os últimos dez dias de fevereiro, por exemplo, se consagraram como um período muito especial neste ano de 2021, que ainda está apenas em seu começo – e muita coisa boa ainda há de vir. Foram inúmeros os fatos de impacto para a sociedade que merecem ser celebrados e outros, quase irrelevantes, que por razões incompreensíveis acabaram ganhando muito destaque na mídia.

Se é para falar de fatos importantes nesse período, impossível não destacar primeiramente o título nacional conquistado pelo Flamengo, o segundo consecutivo e sétimo (ou oitavo?) desde 1971. A festa de centenas, milhares de torcedores aglomerados nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro, foi linda de se ver.

Claro, a política também trouxe temas extremamente relevantes e importantes para o debate nos últimos dias de fevereiro, como a importante decisão do STJ, que anulou a quebra dos sigilos bancários do senador Flávio Bolsonaro. Uma decisão necessária, que permite à relevante prática das rachadinhas, comumente feita por parlamentares, ganhar um novo impulso para que continue a ser utilizada e, quem sabe até, ampliada, em benefício daqueles eleitos pelo povo.

Em meio a essas boas notícias, um tema de menor importância trazido pelos veículos de comunicação: o registro definitivo, por parte da Anvisa, da vacina desenvolvida pela Pfizer. Ora, qual a relevância de se publicar algo diante de um cenário em que não há a mínima necessidade de compra de tal imunizante para o país? Isto sequer está na pauta do governo federal, atento para evitar que haja uma explosão de jacarés circulando pelas cidades.

Voltemos, pois, aos assuntos importantes: o brioso Exército brasileiro deu mais um passo em prol do povo e da Pátria, a quem defende, se necessário, “com o sacrifício da própria vida”. O general Joaquim Silva e Luna deixou a caserna para fazer colocar seu suor a serviço da maior estatal brasileira, a Petrobras. 

Com ele, são mais de 10 mil militares que abriram mão de embelezar os meios fios das calçadas brasileiras para ganharem fundamentais cargos comissionados na gestão do capitão Bolsonaro.

Acha que acabaram por aí os motivos de celebração? Claro que não. Foi também no final de fevereiro que a Câmara dos Deputados resolveu colocar em discussão um assunto da maior relevância para os interesses do país: a ampliação do foro privilegiado dos parlamentares, projeto maldosamente apelidado de PEC da Impunidade. 

Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira, é muito fácil prender um deputado injustamente e, com isso, abalar os alicerces da República – algo que ninguém pode aceitar. Ele próprio é réu em alguns inquéritos, os quais, sem dúvida, vai provar sua inocência.

Por fim, em meio a tantos motivos para celebração, a nobre imprensa brasileira, sempre mal intencionada, quis dar, por sorte sem sucesso, holofotes a temas corriqueiros, sem maior importância. Fez barulho, por exemplo, com o aniversário de um ano da primeira morte por Covid19 no Brasil.

Tentaram, inclusive, imputar algum tipo de culpa ao governo federal pelo fato de na quinta-feira, 25 de fevereiro, ter sido estabelecido o recorde de mortes em decorrência do novo coronavírus no Brasil – 1582 infelizes, que provavelmente não fizeram o tratamento precoce, com cloroquina, azitromicina e ivermectina, fugindo da orientação do mito.

Ora, quanto estardalhaço por conta da morte de 250 mil brasileiros, apenas 10% do total de mortos em todo o resto do mundo. Quanto barulho por um número que matematicamente chega a apenas 0,1% da população do país. 

A mídia quer o quê? Que o país pare? Que empregos sejam perdidos? A vida continua. O Brasil não pode parar. E vamos todos para as ruas comemorar o título do Flamengo.

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