As mortes no Brasil e a digital de Jair Bolsonaro

Bolsonaro, o protótipo de ditador brasileiro, promoveu mais um gesto de desprezo ao povo que o elegeu, ao se recusar a comprar seringas.

Paulo Augusto Neto

No momento em que, simultaneamente, se multiplicam os casos de Covid pelo mundo e quase todos os países correm atrás de acelerar o processo de vacinação da população, o presidente Jair Bolsonaro segue agindo como maior aliado mundial do Sars-Cov-2.

Não bastasse seguir minimizando a Covid19 e fazer uma verdadeira campanha contra a vacinação, o protótipo de ditador brasileiro promoveu mais um gesto de desprezo ao povo que o elegeu, ao se recusar a comprar seringas “enquanto os preços não voltem ao normal”.

Ou seja: enquanto o número de mortes diárias no Brasil por conta da Covid19 volta a superar a casa de mil pessoas, enquanto estados como o Amazonas estão com o sistema de saúde em colapso pela segunda vez, enquanto o país chega a nefasta marca de 200 mil mortos em menos de um ano por conta de uma doença tida como uma “gripezinha”, não temos não apenas data para começar a vacinação. Falta também o insumo básico para imunizar a população: agulhas e seringa.

Por várias décadas, o Brasil foi referência mundial de vacinação, fazendo campanhas absolutamente vitoriosas em governos das mais diferentes matizes ideológicas. Porque lutar contra doenças como sarampo e pólio, por exemplo, não era programa de esquerda ou direita, mas de gestão pública na saúde. Lutar pela erradicação de doenças que matam é o óbvio de qualquer governo.

Em dois anos de presidência, Bolsonaro conseguiu criar uma clima de descrédito em relação às vacinas a ponto de doenças antes erradicadas reaparecerem. E agora, consegue convencer uma parcela de lunáticos que, em plena pandemia, a vacina pode ser mais perigosa que o próprio vírus.

O Brasil está padecendo por conta de um incompetente que, não bastasse a falta de capacidade, é ainda uma pessoa que se alimenta do mal e que minimiza a morte de seu próprio povo. A derrocada do Brasil durante a pandemia se dá por conta de um cidadão que dia sim, outro também, flerta com a ditadura, faz ameaças à democracia.

Enquanto o mundo vai sendo vacinado, o Brasil assiste inerte ao trabalho antivacinação e pró vírus realizado pelo presidente da República.

Uma coisa é certa: num futuro próximo, cada profissional de saúde, idoso e portador de comorbidades que venha a perder a vida por conta da Covid19, terá falecido por não ter se vacinado. Terá falecido por conta do trabalho de Jair Bolsonaro para impedir a vacinação no país.

Cada uma dessas futuras mortes vai carregar consigo uma impressão digital. A digital de Jair Bolsonaro, o responsável intelectual pelo maior genocídio já visto em terras brasileiras desde o surgimento da República, em fins do século 19.

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