A agenda do desmonte de Jair Bolsonaro

Políticas de meio ambiente, direitos humanos, mulher, população negra, lgbt, educação, saúde, desigualdades, foram sendo destruídas no Brasil.

Paulo Augusto Neto

Na véspera de Natal, o Brasil ultrapassou ao mórbido e trágico número de 190 mil mortos pela pandemia da Sars-Cov-2. No mesmo dia, o presidente genocida Jair Bolsonaro usa suas redes sociais para celebrar o sucesso do combate ao coronavírus no país, ressaltando que a nação está se tornando “uma referência” no tema para o resto do mundo.

Desde que assumiu a presidência da República, dois anos atrás, de fato, Jair Bolsonaro tem transformado um Brasil numa das maiores, senão a maior referência do mundo. Em desmonte estrutural.

Todas as políticas sérias relativas a meio ambiente, direitos humanos, da mulher, da população negra, lgbt, educação, saúde, combate às desigualdades, foram sendo destruídas, uma a uma, com uma velocidade inacreditável.

Como se vivêssemos numa distopia, os ministros responsáveis pelas pastas não estão lá para garantir que elas sejam desenvolvidas, mas para fazê-las retroceder ao grau máximo. Como se bombeiros existissem para tacar fogo e não para apagar incêndios, tal qual a ficção Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

Quando nada poderia ser pior, eis que a maior pandemia em cem anos atinge o mundo justamente sob o período de Jair Bolsonaro no poder. Um prato mais que cheio e o maior de todos os exemplares da agenda do desmonte.

O problema é que desta vez o desmantelamento não se dá apenas de um sistema de saúde – como se isso fosse pouco. É também ideológico, com consequências graves, a ponto de o presidente fazer sua manada de seguidores acreditarem em cloroquina, gripezinha e, por fim, desacreditar das vacinas – o único meio de se conter definitivamente a pandemia.

O ano de 2020 termina como um período de trevas para o Brasil, que segue comandado por um ser vivo que não tem o menor respeito pelo ser humano, pela vida, por instituições. Tudo vale à pena em troca de uma piada de mau gosto, de um benefício para a família, de mais um desmonte a ser realizado.

Enquanto isso, rumemos para os 200 mil mortos.

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