A agenda do desmonte de Jair Bolsonaro
Políticas de meio ambiente, direitos humanos, mulher, população negra, lgbt, educação, saúde, desigualdades, foram sendo destruídas no Brasil.
Na véspera de Natal, o Brasil ultrapassou ao mórbido e trágico número de 190 mil mortos pela pandemia da Sars-Cov-2. No mesmo dia, o presidente genocida Jair Bolsonaro usa suas redes sociais para celebrar o sucesso do combate ao coronavírus no país, ressaltando que a nação está se tornando “uma referência” no tema para o resto do mundo.
Desde que assumiu a presidência da República, dois anos atrás, de fato, Jair Bolsonaro tem transformado um Brasil numa das maiores, senão a maior referência do mundo. Em desmonte estrutural.
Todas as políticas sérias relativas a meio ambiente, direitos humanos, da mulher, da população negra, lgbt, educação, saúde, combate às desigualdades, foram sendo destruídas, uma a uma, com uma velocidade inacreditável.
Como se vivêssemos numa distopia, os ministros responsáveis pelas pastas não estão lá para garantir que elas sejam desenvolvidas, mas para fazê-las retroceder ao grau máximo. Como se bombeiros existissem para tacar fogo e não para apagar incêndios, tal qual a ficção Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.
Quando nada poderia ser pior, eis que a maior pandemia em cem anos atinge o mundo justamente sob o período de Jair Bolsonaro no poder. Um prato mais que cheio e o maior de todos os exemplares da agenda do desmonte.
O problema é que desta vez o desmantelamento não se dá apenas de um sistema de saúde – como se isso fosse pouco. É também ideológico, com consequências graves, a ponto de o presidente fazer sua manada de seguidores acreditarem em cloroquina, gripezinha e, por fim, desacreditar das vacinas – o único meio de se conter definitivamente a pandemia.
O ano de 2020 termina como um período de trevas para o Brasil, que segue comandado por um ser vivo que não tem o menor respeito pelo ser humano, pela vida, por instituições. Tudo vale à pena em troca de uma piada de mau gosto, de um benefício para a família, de mais um desmonte a ser realizado.
Enquanto isso, rumemos para os 200 mil mortos.
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