O céu começa em você: os ensinamentos do monge Anselm Grun

Livro escrito por Anselm Grun trata da sabedoria dos monges que viviam no deserto, nos primórdios do cristianismo, após as invasões bárbaras, a queda de Roma e o caos instalado na Europa.

Rafael de Menezes

O céu começa em você é um livro escrito por Anselm Grun (também escrito como Anselm Grün ou Anselm Gruen) e trata da sabedoria dos monges que viviam no deserto, nos primórdios do cristianismo, após as invasões bárbaras, a queda de Roma e o caos instalado na Europa; a espiritualidade precisa começar em nós mesmos, em nossos pensamentos, medos, paixões, vícios pois o caminho para Deus exige um encontro intenso conosco.

O pensamento desses monges que há 1500 anos optaram por viver em solidão, em celas, em cavernas, no deserto, é fonte de inspiração neste século XXI de tanta fartura material e de tanta angustia emocional; tais monges trabalhavam em silêncio na confecção de artefatos e uma vez por mês vendiam no mercado. Quem se encontra agitado na sociedade não consegue ver seus pecados, mas quem se mantém em silencio na solidão encontra as falhas e chega na verdade.

A meditação não é para os jovens, as pessoas precisam conhecer sua realidade, suas paixões, seus pecados, suas falhas, seu lado sombrio para depois enfrentar essas fraquezas e ascender; Deus nos educa através de nossos fracassos, o caminho da humildade é o que conduz ao céu.

Na solidão se está a só consigo mesmo e à procura de Deus; enfrentar a solidão num deserto é uma vitória, sem comida, sem conforto, sem bens materiais, sem conversar, tudo isso exige luta contra os demônios que nos atormentam para ao final sentir o amor de Deus.

A tentação, os conflitos, as angustias, a cobiça, a gula, a luxúria, o consumismo, a cólera, a inveja, a indiferença, a soberba, tudo isso integra a nossa vida; Deus repousa em amor, enquanto o homem permanece em luta, afinal, uma árvore cria raízes e cresce agitada pelo vento; se o indivíduo não for tentado e suportar as tentações, não se torna homem; quanto maiores as privações e conflitos suportados, maior o crescimento com as próprias forças; sem as tentações, ninguém será posto a prova, ninguém será Santo; a alma só cresce na luta; não rogue para ser privado de tentações, mas para conseguir superá-las; estar consciente das tentações sem deixar-se dominar por elas é uma prova de vida com a ajuda de Deus.

Para enfrentar as tentações, recomenda-se oração, jejum, trabalho, contemplação, confissão, eucaristia, caridade e humildade; a falta de humildade (soberba) provoca o medo diante da velhice, da doença, da solidão, quando é certo que a morte chegará para todos; admita o medo, transforme-o em serenidade, aceite a morte e encontre a paz; o pensar na morte nos permite saborear cada dia como uma dádiva da vida; uma vez reprimidos, os maus pensamentos começam a ferver, reflita então sobre eles e os aniquile; coloque suas tentações na realidade, os admita e se desligue deles.

Nossa vida só será feliz quando deixarmos de depender do elogio e da repreensão dos outros, sem isso nunca estaremos junto a nós mesmos.

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